A Bonequinha Vil

Passeata também é cultura.

01/05/2012

Filhos do silêncio

"A língua de sinais, conquistou os críticos de Hollywood em “Filhos do Silêncio”



"Um dos filmes mais aclamados pela crítica na década de 80, Filhos do Silêncio recebeu quatro indicacões para o Oscar da Academia e ganhou o de Melhor Atriz para Marlee Matlin.
 “Filhos do silêncio” (Children of a Lesser God) mostra uma escola de surdos. O Professor Leeds (William Hurt), com técnicas diferenciais, tenta ajudar seus alunos a se integrarem melhor na sociedade ao tentar ensiná-los a falar foneticamente por meio da música. Ao conhecer Sarah (Marlee Matlin), mulher surda que já foi aluna da escola e tornou-se funcionária de lá, Leeds encara seu maior desafio.
No filme, Sarah, por ser surda e não saber falar, foi desrespeitada pelos amigos da irmã durante sua adolescência e, por isso, tem certa resistência para relacionar-se com o Professor. Além disso, não possui um relacionamento muito bom com sua mãe, já que foi menosprezada por ela e por seu pai por ser diferente. Por já ter sofrido tanto, Sarah prefere fechar-se em seu próprio mundo.
Após um tempo de convivência, o professor Leeds e Sarah apaixonam-se. No filme, podemos perceber a dificuldade que os dois têm para se relacionarem. Leeds queria que Sarah aprendesse a falar e Sarah sente-se um pouco sufocada por Leeds. Apesar desses problemas, o relacionamento dos dois acaba sendo muito vantajoso para Sarah, já que ao passar a conviver com mais pessoas, ela começa a sentir vontade de sair de seu mundo solitário e isolado.
Ela quer mostrar que é capaz como as outras pessoas que escutam, quer mostrar que sua deficiência não a impede de fazer nada. O filme é muito comovente e nos faz pensar sobre diversos assuntos. Ao vermos o isolamento inicial de Sarah, refletimos sobre como a inclusão e a integração de pessoas deficientes constitui um desafio. Ambos os lados (os falantes e os surdos) necessitam trabalhar juntos para que essa inclusão possa ocorrer.
O filme também mostra que precisamos tratar as pessoas com necessidades especiais com muito respeito; temos que ser tolerantes e pacientes e tentar nos aproximar ao máximo de sua realidade para que possamos entendê-los. Não podemos obrigá-los a aprender a nossa linguagem. Quando Sarah e Leeds brigam no filme por um não entender o lado do outro, podemos ver uma cena muito interessante: Leeds mergulha na piscina para tentar compreender o mundo de silêncio em que Sarah vive. Outro preconceito que o filme quebra é que os surdos sabem se comunicar por si mesmos. Sempre temos a impressão que temos que falar por eles. No entanto, no filme observamos que eles têm suas próprias idéias, seus próprios pensamentos.
Também foi possível observar o tanto que temos que aprender uns com os outros e que todos somos iguais apesar de todas as nossas diferenças. O filme também mostra que podemos vencer as barreiras que existem entre as pessoas: no final do filme, Leeds e Sarah conseguem quebrar o silêncio e a falta de compreensão que existiam entre os dois; eles aprendem a verdadeiramente se comunicar. O filme é uma grande lição de vida e um grande aprendizado. Nos mostra um mundo sobre o qual pouco conhecemos e nos faz compreendê-lo melhor. Ou seja, o próprio filme tem um grande papel na integração da sociedade com a comunidade surda".